Houston, we have a problem.
Eu tinha um rapazinho meigo, de quase 5 anos, com imaginação fértil e perdição por bolachas de canela.
Depois um dia acordei e tinha um mini-rufia cheio de caganças, torto como tudo, birrento por meia dúzia e sempre a desafiar só porque sim.
Não sou apologista de bater nas crianças, mas também não sou shanti-shanti da parentalidade positiva. Basicamente gere-se na base do impoviso e vai-se lendo umas coisas nos intervalos. Sou a favor do amor quando as coisas perdem as estribeiras. Dou time-outs e espaço para gerir emoções quando tudo está à flor da pele. Ponderam-se e explicam-se castigos e fazem-se as pazes no tempo devido. Faz parte.
O problema não é com ele, que está a crescer saudável e com uma maneira de ser muito própria. O problema é comigo, que coração de mãe sofre sempre que o irracional toma conta. E o meu irracional tem vindo ao de cima com bem mais frequência do que eu quero admitir a mim própria.
Dói dar-lhe uma xinelada? Dói arrastá-lo para o quarto? dói tirar-lhe as bolachas de canela? Dói, mas com tudo isso posso bem. Faz-se o que é preciso para que ele cresça com o mínimo de noção e educação. Com o que eu não posso, o que me atira ao tapete é o meu rapazinho meigo desenhar-me com ar de monstro quando está chateado comigo. Isso é que dói.